Equipes de fiscalização do Trabalho encontraram bolivianos trabalhando de forma escrava para oficinas na zona norte e central de São Paulo, para quem conhece o comércio e participa do eixo Brás-Bom Retiro sabe da realidade destas oficinas clandestinas há muito tempo, é só passar em ruas mais afastadas e observar casas, apartamentos que servem como moradia e trabalho para estes explorados, carros param o dia inteiro para descarregar cortes para posterior costura, tudo muito rápido e atentos a fiscalização.
Entretanto, desta vez a fiscalização fisgou um peixe grande a Zara - Gigante do Fast-Fashion do poderoso grupo espanhol Inditex.
Matéria mais esclarecedora aqui.
Em tempo, vale salientar que o que os funcionários ganham por peça é irrisório diante o preço que é cobrado na mercadoria na loja, nosso país com esta cultura de pagar caro em vestuário é um grande nicho de mercado, as redes de fast fashion nacionais e internacionais super valorizaram seus preços em solo tupininquin, tudo tem que ter seu preço justo tanto para o fabricante (que claro tem que ter lucro - não exorbitante em cima da ignorância) quanto para o consumidor.
Entrementes, creio que enquanto o consumidor não mudar sua ideia de consumo deliberado para um consumo inteligente, isso continuará acontecendo, claro que estas empresas se eximem da responsabilidade dizendo que a empresa não aprova este tipo de trabalho, mas esquecem da responsabilidade solidária (Direito do Trabalho), são responsáveis sim e devem prestar conta a opinião pública.
Creio que os órgãos de representatividade do setor têxtil deveriam criar um selo de"proveniência legal" das peças tantos nacionais como internacionais.
O consumidor deve atentar para os preços aviltantes que nossas marcas nacionais praticam, por vezes mais caro do que grifes internacionais que está há décadas no mercado.
Enquanto nossos meios midiáticos fashion propagarem estas marcas que sobrepujam o bom senso no preço, exemplo: uma camiseta (malha podrinha) vendida a R$150,00 é um absurdo e um abuso, sabemos que a malha tem vida útil mínima, se for esta malha "podrinha" (pouca densidade) então, três lavagens e já fica com cara de velha, nos EUA por exemplo uma camiseta similar vale no máximo US$10,00.
Estes preços aviltantes são cobrados nas marcas de representatividade nacional, a maioria em shoppings centers e rua de comércio de elite, fabricados de maneira questionável e condenável, não só a Zara, mas tantas outras seguem o mesmo esquema.
A melhor maneira de mudar esta situação é boicotar estas marcas que fazem o que querem.
Quem viu a matéria ontem na Band também pode perceber a falta de higiene no local de trabalho, já postei aqui sobre a necessidade de lavarmos nossas roupas novas, roupas estas quem estão expostas na loja com cheirinho agradável, porém "sujas".
Creio que os novos consumidores conhecendo o cenário internacional de compras com tantas informações, sites de compras etc... começam a perceber que são explorados pelos varejistas brasileiros, então só boicotando para que eles se ajustem ao novo status quo - de respeito ao consumidor.
Foto: Reprodução
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