segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Alto custo do vestuário

Já falei sobre o alto custo do vestuário, mas dirigindo-me especialmente aos confeccionistas e ao varejo, continuo crendo que estes supervalorizam seus produtos, vejo este perfil como cultural... entretanto, podemos ver que temos roupas baratas no centro de compras populares Brás-Bom Retiro, que poderiam ter custo ao consumidor final muito melhor.

Na verdade, hoje quero chamar atenção para a realidade econômica de nossa país, a carga tributária é dispare e cruel, sobrecarrega o empreendedor, a cadeia têxtil é longa, por isto mesmo já onerosa, e com impostos tão altos como o empresário conseguirá produzir melhor e com preços justos.

É uma pergunta que não quer calar, passando o glamour da temporada de desfiles, que é somente isto glamour maquiado, a realidade dos empreendedores da área de têxtil é desprovida de glamour e sim de desespero frenético para sobreviver diante a concorrência nacional e a mais perigosa a internacional, que oferece por vezes produto de maior qualidade com preços módicos.

Diante do exposto, percebemos também dentro deste contexto que a indústria da moda não consegue captar recursos para investir e modernizar sua produção, o apoio governamental é mínimo, e infelizmente o setor não é organizado sistematicamente, de forma satisfatória para ter representatividade e voz ativa diante os órgãos competentes para mudar esta situação, o individualismo permeia o setor, e enquanto não perceberam que o clichê "A união faz a força" é real e necessário, continuarão em seus barcos tentando sobreviver as intempéries do mercado.

Ainda hoje a maioria das confecções de pequeno e médio porte, não sabem como administrar, não sabem o que é fluxo de caixa, giro, tampouco retorno de investimento, tem pouca instrução em finanças e contabilidade, não conseguindo assim alcançar qualidade e competitividade.

O governo precisa atentar para a realidade do setor têxtil brasileiro, que está na berlinda, se segurando como pode diante do mercado globalizado, mas cabe aos empreendedores do setor, os estudantes de moda e gestores começarem a enxergar a moda realmente como negócio, não apenas focar na criação, porque criação se não for vendida traz prejuízo e desemprego.

Qualidade, preço, impostos baixos é a tríade necessária (emergencial) ao status quo fashion.

Foto:Reprodução

Um comentário:

  1. Concordo, a carga tributária é um grande vilão para as empresas nacionais. O empresário brasileiro que paga todos os impostos sofre uma concorrência desleal com os que trabalham na informalidade e também com os países onde os impostos, principalmente os trabalhistas são muito menores.

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