Há sempre um grande glamour em se falar de moda, desfiles e afins.
Nossa fashion Week é um grande evento (mais para pseudo-celebridades e desesperados por status), a maioria nem prestam atenção, na verdade querem ver e serem vistos. Entrementes, de natureza feérica, serve como promoção da moda nacional.
Cientes de que tendências que vingam (mesmo) são as internacionais, passa a semana, o show acaba e a dura realidade do cenário fashion nacional é outra.
Ancorada em projeções auspiciosas que tem se mostrado falaciosas, a indústria têxtil nacional tem clamado por misericórdia, fábricas estão fechando, confecções falindo, concorrência desleal com produtos chineses e de toda a Àsia, falta de incentivo governamental, falta de recursos tecnológicos, os grandes sobrevivem importando.
Os médios e pequenos estão sendo engolidos, sem contar que as pequenas confecções não conseguem competir nem dentro de seu bairro - como o Brás e o Bom Retiro - como pagar tantos tributos e vender peças para competir com produtos importados e por roupas fabricadas em solo nacional por Bolivianos que trabalham muitas das vezes em turno de 20 hs e confeccionam para o mercado sem a devida tributação.
Já caiu no lugar comum dizer que o setor de alimentos e o têxtil são indispensáveis para a economia de qualquer país, entretanto, no nosso há um completo descaso com o setor têxtil, culpa também dos fashionistas e especialistas que vivem falando de crescimento, da grande exposição dos produtos nacionais, de qualidade etc, e camuflam com purpurina a ferida purulenta do setor têxtil.
Porém, a realidade é outra, basta analizarmos a balança comercial, os relatórios de instituições sérias do setor , observarmos que temos sido logrados com uma falsa realidade.
Infelizmente nossos país é regido por lobbys, interesses individuais em detrimento ao coletivo, enquanto o oba-oba continuar e a política de pão e circo prevalecer, política esta que entorpece os sentidos e nos faz enxergar somente a superfície da situação, a nossa indústria têxtil está condenada.
Espero sinceramente que os orgãos representativos se posicionem de maneira estratégica para lutar pelos interesses do setor, caso contrário, a indústria têxtil não prevelecerá diante de tributos draconianos e concorrência internacional desleal, o nosso futuro pode ser o da desindustrialização.
Foto: Reprodução
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